quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A fé não costuma faiá



Eu admiro quem tem fé. De verdade. Porque a fé é uma coisa que não se explica, não é baseada em fatos. Tem-se fé. E ponto.

Me refiro à fé religiosa mesmo. Não a fé que se deposita na capacidade de alguém, por exemplo. Falo da fé em Deus, Alá, Maomé, ET de Varginha e etc. A fé em algo maior do que nós e que nos conduz pela vida, nos ajuda na tomada de decisões, que nos inspira a mudar, etc.

E porque digo que admiro? 

Acho que a vida de quem tem fé é mais fácil. Não no sentido de "Fulano tem uma vidinha fácil!", mas acho que quem acredita em "coisas superiores" tem mais facilidade em levar a vida. Mais facilidade em se conformar com determinadas situações e mais força para encarar outras. Depende, lógico. Por outro lado, também acho que quem não acredita em nada pode levar uma vida leve. Entendem o raciocínio? Eu penso que quem não acredita em nada maior não carrega o peso de determinadas regras e condutas (esqueçam as condutas moralmente aceitas pela sociedade - não é só disso que estou falando - tá, eu sei que o que é moralmente aceito pela sociedade tem o peso da religião - whatever!). 

"Ô muié confusa, gente!"

Então, hoje em dia eu não acredito em nada disso. Já acreditei em Deus, já acreditei em algo/alguém "superior" e hoje não acredito em nada. Aliás, acredito numa coisa: que a vida da gente é uma só, e ela acaba quando a gente morre. "Credo, que papo brabo, Diva!". É, eu sei. E apesar disso muitas vezes eu não levo a vida que deveria levar pensando dessa forma (p. ex., não deixo de discutir, fico às vezes tempos sem ver um amigo, etc). 

"Tá, tu é doida mesmo. Não fala lé com cré!"

O primeiro grande momento da minha vida em que claramente duvidei da existência de Deus foi quando a minha mãe morreu. Não fiquei revoltada, ao contrário, me conformei rapidamente com a situação porque percebia que não poderia ser egoísta em querer a presença de uma pessoa em agonia ao meu lado. De que forma uma pessoa em sofrimento poderia me ajudar? De forma nenhuma, pensava eu - aliás, eu também não me sentia capaz de ajudar a minha mãe naquela situação. Era sofrimento para todas as partes envolvidas, especialmente para ela, que estava doente. Ao mesmo tempo, eu também pensava que Deus (se ele existisse) era injusto - como é que Deus estava tirando a minha mãe de mim daquele jeito? Por que? Não me parecia lógica aquela situação! E obviamente que fé e lógica não são coisas que se dão as mãos. Depois disso, com o tempo, eu fui percebendo que não encontraria a minha mãe de novo - nem no Céu, nem em outro plano. Só nos meus sonhos e pensamentos (seriam os sonhos a vida em outro plano? Oi?). Percebi que tudo tinha acabado ali, naquele dia.

Depois, ao longo do meu curso de Biologia, eu fui achando cada vez mais incoerente essa história de Deus (ou qualquer outro ser superior, enfim...). Associando isso a tudo o que a gente aprende de história e as coisas que acontecem relacionadas a religião, PIMBA! Tudo isso passou a ser sem sentido pra mim. Eu tenho vários amigos e tive professores que não tinham o menor problema com isso (fé e ciência), mas pra mim havia muitos problemas sim... 

Tô misturando fé e religião no meu raciocíno, né? Eu sei que tem gente que acredita em Deus mas não frequenta Igreja, mas tem gente que leva a sua fé de forma muito exagerada...

Bom, eu comecei a viajar aí em cima porque ontem passei por uma sessão de conversão (na verdade, tentativa de conversão porque eu não fui convertida a nada) e esses pensamentos vieram à minha mente. Percebi que a minha medicação (sim, a psiquiatra me passou remedinhos) deve estar funcionando, porque ouvi por uma meia hora SEM PERDER A PACIÊNCIA que o meu vazio só será preenchido com o "amor de Deus", que remédio não vai suprir a falta dele na minha vida, que eu tenho que pedir a ele que me ajude a crer nele... Essas coisas todas (também ouvi que o Michael Jackson está no inferno, e que o moonwalking é um sinal do "inimigo" - eu acho então que a nossa vida "agorinhamente" deve ser o purgatório). Mas apesar de tudo o que eu ouvi e de não acreditar em nada do que me foi dito, achei que aquela pessoa se sente completa com a fé dela. Se ela não estiver fazendo mal a ninguém, isso é ótimo! E percebi que ela de uma certa forma se preocupa comigo (apesar de ter achado várias coisas que ela falou engraçadas), e isso é bom! Não é? Eu não rezo, mas eu penso nas pessoas que eu quero bem. De uma certa forma, esse "pensamento positivo" é uma oração, é uma corrente do bem. Não é?

Não pretendo provocar grandes discussões sobre religião, fé, ciência, etc. Acho que tem certas coisas que a gente não discute. A gente pode até não concordar com algumas coisas (como eu), mas devo respeitar quem não pensa da mesma forma, né?

Bom, é isso por hoje... só "divaneando" um pouco por aqui, hehehe!

Bjóks!

2 comentários:

  1. Wow! Tipo.. Eu era doido para escrever algo assim, mas nunca soube como. Me identifiquei um pouco com a sua percepção dos que têm fé. E, apesar de eu tentar, acabo por nem pensar (ou sentr? ou exercer?) muito nisso. Acredito em algo superior. Acredito em Espíritos. E vivi muitas histórias religiosas. Me interesso muito pelo assunto, mas não consigo seguir nenhuma religião em particular. Uma vez ouvi a frase: "japanese people tend to be more superstitious than religious". So I guess I am a little bit japanese.

    Beijos.
    ...E desculpe o comentário egocêntrico. Não resisti.

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  2. Por favor, divaneie à vontade!kkkkkkkkkk!

    Egocêntrico nada, gosto de ler as opiniões de outras pessoas. É bom pra gente aprender também. Às vezes um comentário me faz pensar num aspecto que ainda não tinha passado pela minha cabeça. Eu acho bom isso. "Exercita a mente", kkkkkkk!

    Bjóks!

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